sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Presidentes do Brasil
Profª Graziela Mazzarotto
Escola São José / 2010
JUSCELINO KUBITSCHEK (1955-1960)
assume com o apoio de militares,
enfrentou greves e índices inflacionários crescentes
sua política econômica foi baseada no Plano de Metas que apresentava 31 metas com 4 pontos principais: energia, transporte, indústria pesada e alimentação
meta-síntese, a construção de Brasília.
JUSCELINO KUBITSCHEK (1955-1960)
A intenção geral do programa era o desenvolvimento da malha rodoviária.
O Plano de Metas apresentou mudanças fundamentais para a economia como o surgimento de um novo setor industrial: o de bens de consumo duráveis.
JUSCELINO KUBITSCHEK (1955-1960)
Os resultados obtidos no governo JK foram muito bons para os índices de crescimento da economia brasileira
por outro lado trouxeram também graves problemas para o país. Com a entrada maciça do capital estrangeiro houve a desnacionalização da economia brasileira.
JUSCELINO KUBITSCHEK (1955-1960)
O governo tomou muitos empréstimos no exterior para investir na industrialização e na construção de Brasília, a dívida externa brasileira cresceu significativamente.
JUSCELINO KUBITSCHEK (1955-1960)
A inflação no governo JK foi de 12%, em 1957, para 38% em 1958. O desenvolvimentismo promovido com o arrocho salarial e endividamento fazia vítimas em todo o país, aumentando ainda mais os graves problemas sociais do Brasil.
JUSCELINO KUBITSCHEK (1955-1960)
No campo da cultura surge a bossa nova, com a música Chega de saudade de João Gilberto,
No esporte, a seleção conquistou a 1ª copa do mundo em 1958, na Suécia.
JÂNIO QUADROS (1960)
Com discurso autoritário e moralista, usou como símbolo uma vassoura para varrer a corrupção, criticando os gastos de Juscelino.
Jingle: varre, varre vassourinha,
varre, varre a bandalheira
que o povo já tá cansado
de sofrer desta maneira
http://www.youtube.com/watch?v=m0QfM_IJsBw
JÂNIO QUADROS (1960)
Durante seu governo preocupou-se com assuntos de pouca importância:
proibiu corridas de cavalo nos dias úteis,
maiôs muito cavados nos concursos de miss,
uso de minissaias e calças compridas pelas mulheres nas repartições públicas.
JÂNIO QUADROS (1960)
Estabeleceu a censura nos programas de rádio e televisão e aproximou-se dos países de Terceiro Mundo, apoiando as nações asiáticas e africanas.
Aproximou-se também da URSS.
JÂNIO QUADROS (1960)
Sofreu ataques contra seu governo por Carlos Lacerda. Ficou apenas sete meses no governo, renunciando. Sua intenção seria comover o país e impor um governo abertamente autoritário, mas o Congresso aceitou seu pedido do afastamento da presidência
JOÃO GOULART (1961-1964)
Considerado agitador e comunista, parte da sociedade brasileira da época não aceitou que Jango assumisse o poder
João Goulart assume com o poder controlado (parlamentarismo)
JOÃO GOULART (1961-1964)
A sociedade mobilizou-se em defesa da Legalidade.
No RS, sob o comando de Leonel Brizola, formou-se a Rede da Legalidade, em defesa de Jango.
JOÃO GOULART (1961-1964)
Mesmo com poderes restritos, cria o Plano Trienal e as reformas de base: reforma agrária, urbana, eleitoral, tributária, universitária e bancária.
Principais propostas:
confisco e distribuição de terras improdutivas,
controle do preço do aluguel e política para financiar casa própria,
reformulação do ensino e construção de mais escola e universidades,
direito de voto para analfabetos.
JOÃO GOULART (1961-1964)
Goulart herdou uma grave crise econômica e social: endividamento externo, desvalorização da moeda, inflação, alto custo de vida, desemprego.
JOÃO GOULART (1961-1964)
Em 06/01/1963 ocorre um plebiscito pela volta do presidencialismo e Jango reassume com plenos poderes podendo fazer as reformas pretendidas. Essas tentativas de resolver problemas críticos que afligiam o Brasil por meio das chamadas reformas de base resultaram no golpe político-militar de 1964
Castelo Branco (1964-1967)
Foi o primeiro presidente do regime militar
Seu governo orientava-se pela doutrina da segurança nacional: combater o comunismo na América
Castelo Branco (1964-1967)
Rotulados de subversivos, líderes sindicais e estudantis foram presos, funcionários públicos foram demitidos e políticos de vários partidos, cassados.
Castelo Branco (1964-1967)
Na política externa, Castelo Branco alinhou-se com os EUA e rompeu relações com Cuba.
Para combater a inflação, cortou gastos, aumentou impostos e comprimiu salários.
Eliminou a estabilidade de emprego após 10 anos e criou o FGTS.
Castelo Branco (1964-1967)
A inflação caiu , estimulou o crescimento econômico, mas a impopularidade se elevou, o que influenciou no resultado das eleições de 1965 (para governador)
Em troca disso, o governo baixou o AI – 2, que extinguiu os partidos políticos, sendo substituídos por apenas 2: ARENA (aliança renovadora nacional) e MDB (movimento democrático brasileiro)
Castelo Branco (1964-1967)
Castelo Branco também instituiu o AI-3 que estabelecia eleições indiretas para governadores de estados.
Preocupado em manter a legalidade, reabriu o Congresso para que aprovasse uma nova Constituição (1967) ampliando os poderes do presidente e restringindo o direito de greve.
Para abafar a resistência ao regime, aprovou a Lei da imprensa (censura a jornais e revistas)
Costa e Silva (1967-1969)
Em seu governo as manifestações contra o regime militar aumentaram:
1968: movimento estudantil em várias partes do mundo e no Brasil.
movimento operário (greves)
políticos resistiram
Costa e Silva (1967-1969)
Surge o AI-5, o mais opressivo de todos os atos da ditadura:
- Fechar o congresso nacional
- Fazer leis
- Ordenar a intervenção nos estados e municípios
- Demitir, transferir e aposentar funcionários públicos...
Médici (1969-1974)
O mais repressivo
Qualquer cidadão suspeito de ser subversivo podia ser detido, torturado e morto, sem que a família soubesse.
Universidades foram invadidas, professores, jornalistas, artistas, estudantes, religiosos e militares contrários à ditadura foram perseguidos
Médici (1969-1974)
Os órgãos de opressão: SNI – serviço nacional de informação e DOPS – departamento de ordem política e social; foram aperfeiçoados
Cresceu também a resistência cultural por meio de jornais, espetáculos teatrais e festivais de música brasileira.
http://www.youtube.com/watch?v=R7xRtSUunEY
Médici (1969-1974)
A oposição montou organizações guerrilheiras e partiu para a luta armada contra o governo
Destaque para Carlos Marighella e Carlos Lamarca – líderes guerrilheiros
Praticavam ações como assaltos a bancos, sequestro de diplomatas estrangeiros
Sugestão de filmes: Lamarca e O que é isso companheiro
Médici (1969-1974)
Durante seu governo um grupo de 69 membros do Partido Comunista instalou-se no Araguaia (área entre Pará, Maranhão, Tocantins) a fim de montar núcleos guerrilheiros
No final do governo Médici a guerrilha havia sido desmantelada e os integrantes presos, mortos ou exilados.
Médici (1969-1974)
Utilizou propaganda:
BRASIL: AME-O OU DEIXE-O
NINGUÉM SEGURA ESSE PAÍS
A conquista do tricampeonato na Copa de 1970 e o crescimento da economia (cerca de 10% a.a.) inflação baixa foram considerados o milagre econômico.
Médici (1969-1974)
Em 1973 ocorre a crise do petróleo, sendo que cerca de 80% do que o Brasil consumia era importado
A inflação voltou a crescer, a dívida externa também
Médici termina seu governo com a popularidade em baixa
GEISEL (1974 – 1979)
Seu governo é marcado pela ideia de uma abertura política lenta, gradual e segura
Permitiu a propaganda eleitoral em 1974
GEISEL (1974 – 1979)
Em 1975 morre o jornalista Wladimir Herzog do PC em sua cela, asfixiado
Em 1976 morre o operário Manoel Fiel Fº, torturado, no mesmo quartel de Herzog
Geisel demite o comandante e nomeia alguém de sua confiança.
GEISEL (1974 – 1979)
Em 1977estudantes voltaram às ruas exigindo anistia para todos os cassados do regime.
Em 1978, Geisel extingue os AI.
JOÃO FIGUEIREDO (1979 – 1985)
Assume num momento de greves em defesa do salário e preocupados com a inflação
A mais importante: greve dos metalúrgicos – ABCD Paulista liderada por LULA.
JOÃO FIGUEIREDO (1979 – 1985)
1979: aprova o Lei da Anistia: milhares de brasileiros retornam ao país e os cassados readquirem seu direito a cidadania.
Aprovou o fim do bipartidarismo
JOÃO FIGUEIREDO (1979 – 1985)
1983: campanha “Diretas já”, boicotada por Maluf
1985: eleições, de forma indireta, elegem Tancredo Neves (Aliança Liberal) que era adversário de Paulo Maluf (candidato do regime militar)
Tancredo não chegou a assumir, morre em 21/04/1985.
JOSÉ SARNEY (1985 – 1990)
Seu lema: TUDO PELO SOCIAL
Restabeleceu eleições diretas
Direito de voto aos analfabetos
Elaborou uma nova Constituição (1988)
JOSÉ SARNEY (1985 – 1990)
A inflação crescia 18% a.m.
1986 cria o Plano Cruzado: previa a mudança da moeda, reajuste do salário mínimo sempre que a inflação chegasse a 20%, congelamento de preços
COLLOR DE MELLO (1990 – 1995)
Prometeu diminuir a inflação, proteger os excluídos e caçar os marajás
Criou o Plano Collor que bloqueou todo o dinheiro das contas bancárias (acima de 50mil cruzados); congelou salários e preços, elevou juros com o objetivo de diminuir consumo.
COLLOR DE MELLO (1990 – 1992)
Envolveu-se em escândalos
A população reagiu exigindo seu afastamento: movimento dos caras pintadas
Em 1992, mediante processo de impeachment, renunciou ao cargo, deixando Itamar Franco em seu lugar
ITAMAR FRANCO (1992 – 1995)
Aliou-se a políticos de vários partidos tentando uma política conciliadora
A inflação atingia 30% a.m.
Cria o Plano Real, que previa a criação de uma nova moeda que tivesse o mesmo valor que o dólar
Conseguiu conter a inflação e recuperar o poder de compra= popularidade de FHC em alta
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1995-1998)
Assume com o compromisso de manter a estabilidade do real e reduzir os gastos públicos.
Acelerou o programa de privatizações de estatais (Vale do Rio Doce, Cia Siderúrgica Nacional de Volta Redonda, Embratel)
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1999-2003)
No 2º mandato, uma crise no exterior fez com que investidores retirassem capitais do Brasil, julgando que o país desse calote na dívida externa
FHC manteve os juros altos e permitiu a livre negociação do dólar o que desvalorizou o real, incentivou as exportações e inibiu as importações
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (1999-2003)
As empresas diminuíram seus investimentos e demitiram funcionários, aumentando o desemprego.
Apesar da crise, houve avanços na educação (aumento de crianças na escola e caiu a taxa de analfabetismo, mudou a legislação (LDB) e avanços na saúde (programa de combate a AIDS – modelo, mortalidade infantil caiu), na área social, assentou 218 mil famílias sem-terra.
LULA (2003 – 2010)
Sua prioridade: Programa Fome Zero, combina política como a intensificação da reforma agrária, melhoria da merenda escolar e Bolsa Família (unificação do Cartão Alimentação, Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Auxílio Gás)
LULA (2003 – 2010)
Reformas: da previdência, pois os gastos do governo com aposentados é maior que arrecadação; do judiciário, agilizando o julgamento e conferindo ao judiciário o direito de afastar membros corruptos
Na economia, renovou acordos com o FMI, forçou a baixa do dólar, diminuiu o risco-país de 2400 pontos para 400, crescimento do emprego
LULA (2003 – 2010)
Ocorreram denúncias de corrupção, foram abertas CPI’s, alguns deputados foram cassados e outros absolvidos.
Avanços: estabilidade econômica, controle da inflação, crescimento do salário mínimo, queda no desemprego, pagamento da dívida externa, escolarização, PROUNI, diminuição da pobreza. Externamente, consolidou liderança na América do Sul, estreitou relações comerciais com países emergentes...

Regime militar

Graziela Mazzarotto
Escola São José - 2010

Essa transição do regime liberal-democrático para o regime autoritário-ditatorial não foi obra exclusiva dos militares.
Participaram os setores empresariais, as forças partidárias, a grande imprensa e parte do clero.
Os militares golpistas justificavam sua ação contra a democracia com o argumento de que pretendiam restabelecer a ordem social, retomar a expansão econômica, conter a inflação e eliminar a corrupção política e administrativa. Entretanto, já nos primeiros dias começaram a adotar medidas que caracterizavam a ‘nova ordem’ como uma ditadura
O objetivo do golpe era liquidar os movimentos sociais e políticos, pois segundo os militares, todos ameaçavam a estabilidade política do país.
As primeiras medidas foram intervenções nos sindicatos de trabalhadores, extinção das Ligas Camponesas e a decretação da ilegalidade da União Nacional dos Estudantes.
Foi o início da edição de atos institucionais: instrumentos de força, que não obedeciam nem à ordem jurídica vigente nem aos dispositivos constitucionais. Por eles, os militares podiam fazer o que bem entendessem sem serem questionados.
Ato Adicional n° 1: conferia poderes especiais ao Executivo permitindo-lhe cassar mandatos legislativos, suprimir direitos políticos por até 10 anos e decretar estado de sítio sem aprovação do Congresso.
Após a edição do AI-1, centenas de sindicalistas, políticos e membros de organizações de esquerda foram presos e submetidos a torturas físicas e psicológicas.
Prisões, invasão de domicílio, espancamentos e mortes ‘acidentais’ passaram a acontecer quase todos os dias.
Na visão de muitos dirigentes e militares das organizações de esquerda, o único modo de enfrentar a ditadura seria a luta armada, a guerrilha urbana e rural, e esta foi a opção de grupos como a ALN, MR-8, VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária), Colina (Comando de Libertação Nacional). Combatiam a ditadura e passaram a praticar seqüestros de diplomatas estrangeiros, para forçar a libertação de presos políticos e assaltos a bancos e outras empresas, para sustentar a clandestinidade dos combatentes perseguidos pelos militares.
A partir de 1970, com a denominação de Dói-Codi II (Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa do II Exercito) organizou-se ainda melhor a investigação, captura e tortura dos opositores do regime militar, e o Dói-Codi paulista se transformou em um dos maiores centros de tortura do Brasil. Foi acusado de aplicar dezenas de formas diferentes de torturas, sendo as mais brandas, segundo depoimentos, espancamento, queimaduras feitas com velas e pontas de cigarro e violência sexuais de todos os tipos contra pessoas suspeitas.
Durante o governo do Gal. Médici, a ditadura atingiu seu apogeu, em matéria de terror policial, torturas e assassinatos políticos dos opositores.
A tortura convivia com a corrupção, havia suborno nas relações econômicas e favorecimento para empresas, além do prestígio social e político dos torturadores.
Na 1ª fase (1964 – 1967), a preocupação fundamental do governo era o controle da inflação, adotando medidas: corte nos gastos públicos, aumento da carga tributária, redução de empréstimos às empreses privadas e controle salarial.
A 2ª fase (1967 – 1073) caracterizou-se por um excepcional crescimento econômico. 80% das famílias já possuíam carro, televisão, geladeira, fogão a gás, liquidificador, rádio, ferro elétrico, entre outros.
Começaram a ficar na moda os supermercados e depois os shopping centers, graças à ampliação do sistema de credito puderam consumir bens duráveis e até realizar o ‘sonho da casa própria’, através do BNH.
Entretanto, a maioria da população das camadas baixas, ficou de fora do ‘milagre econômico’.
A música ‘Pra frente Brasil’ era tocada em todas as rádios e nas cerimônias oficiais, numa euforia desenvolvimentista traduzida por projetos faraônicos: Rodovia Transamazônica, Ponte Rio-Niterói e usinas hidrelétricas, consumindo verbas públicas que eram distribuídas às empreiteiras.
O governo Médici lançou também campanhas como o Plano Nacional de Saúde (que não saiu do papel) o Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização), que produziu resultados insignificantes e o Projeto Rondon, que levava universitários aos sertões brasileiros para prestar assistência às populações carentes.
O próprio Médici reconhecia: “A economia vai bem, mas o povo vai mal”
Os militares instalados no poder com o Golpe de 64 deram uma nova orientação à economia brasileira. Implantaram um novo modelo econômico baseado essencialmente no crescimento acelerado e dependente da economia, unindo o planejamento estatal e o capital estrangeiro para transformar o Brasil numa potência de Primeiro Mundo.

Para conter as reivindicações populares, utilizaram mecanismos de repressão, fechando sindicatos prendendo suas lideranças, silenciadas também pelas leis autoritárias.
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) que substituiu o direito à estabilidade no emprego, foi instituído em 1966, devendo recolher mensalmente, dos empregados, 8% dos salários recebidos. Os recursos do FGTS administrados pelo Banco Nacional da Habitação – BNH, criado em 1964, destinavam-se a financiar a construção civil. Com a criação do FGTS, legalizou-se a rotatividade da mão-de-obra, facilitando-se a demissão dos trabalhadores, para que outros fossem contratados com salários menores.

Fim